Vencido o primeiro impacto da Covid-19, empresa segue em crescimento com tecnologia alinhada à gestão, à legislação e às necessidades de cada negócio.
Como todas as empresas do mundo, a Synchro foi obrigada a se adaptar à realidade imposta pela pandemia de Covid-19. De repente, a operação passou a ser 100% remota, colocando da noite para o dia perto de 350 funcionários, dos cinco escritórios, em home office. Provedora nacional de soluções de conformidade, após garantir a segurança dos colaboradores, a empresa traçou estratégias de continuidade, envolvendo clientes e fornecedores.
Transformações no modelo operacional foram necessárias para que a Synchro conseguisse manter o atendimento a mais de 360 grupos econômicos, 14 mil usuários e 44 mil estabelecimentos fiscais. Fechou o ano fiscal, no primeiro trimestre de 2020, com aumento de 8% na receita, mesmo com perdas nos meses de março e abril, no pico da crise. “E de maio até o momento registramos o maior volume de vendas no ano”, ressalta Ricardo Funari, diretor Comercial da Synchro.
A experiência marcou ponto. Desde a década de 90, a empresa provê ao mercado soluções integradas à da SAP. Tudo o que acontece no sistema de gestão está espelhado na base Synchro. “Nossa solução exclui processos que só geram calor e não valor ao negócio. Assim, elimina-se custo de conformidade, agregando eficiência. Este é o nosso diferencial, e ele nos manteve firmes.”
Mas a primeira reação diante da crise foi medo, revela Funari. “Tivemos alguns cancelamentos, claro, que foram compensados com novos contratos. Nosso pipeline se manteve, contudo, não tínhamos certeza de como ele se portaria ao longo do novo cenário, sem previsão de melhoras”, lembra.
O orçamento teve de ser feito em meio à pandemia, em razão do fechamento do ano da empresa. “Imagine o desafio, diante de incertezas. Precisávamos fazer um exercício de previsão para o novo ano. Trabalhamos com meta um pouco conservadora, mas prevendo crescimento de receita de 14% e ainda 28% de aumento em vendas.Foram projeções otimistas, demonstrando que acreditávamos na retomada da economia do País.”
Estratégia emergencial
A reorganização operacional foi premente, prossegue Funari. A estratégia emergencial incluiu o mapeamento dos clientes, que foram divididos por categorias impactadas. Assim, a empresa pôde lidar de forma personalizada com cada grupo.
O primeiro foi ocupado pelos clientes que viram suas receitas despencar a quase zero da noite para o dia. Em alguns casos, foi detectado que a recuperação seria lenta e abaixo dos patamares anteriores de receita. Alguns exemplos são empresas do setor aéreo e da rede hoteleira.
Clientes que tiveram perda imediata de receita, mas com perspectivas de recuperação foram colocadas em um segundo grupo. São companhias de eletrodomésticos, por exemplo, que em um primeiro momento viram suas vendas estancar, mas que depois foram reagindo.
No terceiro grupo, está quem registrou picos elevados de demanda, como supermercados, que chegaram a bater meta de vendas do mês na primeira quinzena. E o quarto foi composto por empresas mais privilegiadas, que além do significativo boom de demanda, provavelmente, continuarão com a receita acima da registrada antes da pandemia por um bom tempo, como empresas de telecom e delivery, que praticamente quadruplicaram a demanda.
“Praticamos políticas diferenciadas para atender a cada grupo com medidas flexíveis de pagamento e até atendimentos gratuitos em muitos casos. Percebemos que a partir dali as nossas relações comerciais passaram a ser relações de parceria. O mesmo aconteceu com nossos fornecedores, que ingressaram em negociações viáveis para a continuidade dos negócios de toda a cadeia”, conta o executivo.
A empresa está apresentando produtividade até maior com atuação remota, garante Funari. Todos os processos comerciais foram revisitados para adequá-los à nova realidade. “Mudamos, nos adaptamos e evoluímos. Hoje, praticamente não assino mais nada em papel, só eletronicamente”, revela, acrescentando que este e muitos outros aprendizados e modelos vão permanecer depois da pandemia.